Este blog é criado no âmbito da unidade curricular Tecnologias de Educação e Comunicação em Ambientes Educativos, do Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares. É um espaço onde se pode viajar entre palavras e ideias, novas e antigas, preservando e partilhando histórias enriquecedoras.


domingo, 29 de dezembro de 2013

Biblioteca 2.0

          As novas tecnologías da informação e a chamada Web 2.0 mudaram a forma tradicional de procurar e partilhar informação.
          Os diferentes tipos de literacia da escola atual passaram a incluir literacias que devem preparar para o uso da informação em formatos e ambientes diversos.
          A utilização da Web 2.0 no contexto da biblioteca escolar torna-se crucial, uma vez que maximiza a sua função educativa, possibilitando a interação e a construção de conhecimentos, essenciais no processo de aprendizagem.
         À biblioteca escolar coloca-se, então, o desafio da atualização para se tornar uma Biblioteca 2.0.
         O termo Biblioteca 2.0 surgiu em 2005, através de Michael Casey no seu Blogue LibraryCrunch e representa uma inovação nos serviços tradicionais da biblioteca, com a aplicação das ferramentas Web 2.0.
      Miller (2005) simplifica o conceito com uma expressão matemática, Web 2.0+Biblioteca=Biblioteca 2.0 e segundo Maness (2006), a Biblioteca 2.0 poderá ser definida por quatro elementos essenciais:
  • Centrada no utilizador – Os utilizadores participam na criação de conteúdos e serviços que são disponibilizados na Web pela biblioteca;
  • Oferece uma experiência multimédia – As coleções e os serviços da Biblioteca 2.0 contêm componentes áudio, vídeo e realidade virtual;
  • Socialmente rica – A presença da biblioteca na web inclui a presença dos utilizadores, quer de forma síncrona quer de forma assíncrona;
  • Comunitariamente inovadora – Procura a inovação e acompanha as mudanças na comunidade, adaptando os seus serviços, a fim de possibilitar aos utilizadores pesquisar, selecionar e utilizar a informação.
        A biblioteca 2.0 resulta da interligação de três fatores: ferramentas (blogues, wikis, RSS, software social e mashups), conteúdo social (oferece aos utilizadores participação em vez de somente informação) e atitudes (estar onde estão os utilizadores, aproveitar a inteligência coletiva, abrir-se à contribuição dos utilizadores).

Figura 1. Biblioteca 2.0 
  
         Desta forma, a biblioteca escolar pode ser um fator de mudança da Escola, contribuindo para o desenvolvimento das literacias e do pensamento crítico, aspetos vitais na construção do conhecimento e da cidadania.
 
Referências:
Casey, M. Library 2.0, Beta. LibraryCrunch. [S.l.], 11 oct. 2005. Acedido em http://www.librarycrunch.com/2005/10/library_20_beta.html
Maness, J. M. “Library 2.0 Theory: Web 2.0 and Its Implications for Libraries”, junho de 2006. Acedido em  http://www.webology.ir/2006/v3n2/a25.html
Miller, P. "Web 2.0: Building the New Library". Ariadne, oct., 2005. Acedido em http://www.ariadne.ac.uk/issue45/miller
Peña, J., En la búsqueda de la biblioteca 2.0. El álbum de bibliotecas, 6 de mayo de 2013. Acedido em http://elalbumdebibliotecas.wordpress.com/2013/05/06/en-la-busqueda-de-la-biblioteca-2-0/
Pinheiro, C. ”Biblioteca 2.0”, rede de bibliotecas escolares, Junho de 2009. Acedido em http://www.rbe.mec.pt/newsletter/np4/?newsId=511&fileName=biblioteca_2_0.pdf

sábado, 28 de dezembro de 2013

Pedagogia partnering

        Na sociedade de conhecimento em que vivemos, cada vez mais dominada pela tecnologia, a tarefa de ensinar torna-se um desafio constante. É necessário mobilizar as competências digitais dos alunos, de forma a torná-los mais motivados e empenhados no trabalho e melhorarem as suas aprendizagens. Para isso, devemos adotar uma postura crítica e reflexiva, no sentido de os levar a construir ativamente o seu conhecimento e não serem meros recetores de informação.
        Para Prensky (2010), começa a emergir uma nova pedagogia à qual chama partnering. “Esta nova pedagogia assenta na necessidade de prepararmos os nossos alunos, não só para o mundo que terão de enfrentar assim que terminarem a escola ou a universidade, mas para o futuro, um futuro onde a tecnologia será muito mais poderosa e omnipresente, de uma forma que ainda nos é difícil imaginar.” (Lima, 2010).
        A tabela 1, apresentada por Prensky (2010, p.16 apud LIMA, 2010, p. 37), representa os papéis do professor e aluno num modelo de partnering:
 
Professor
Aluno
Não diz, pergunta!
Não toma notas, descobre!
Sugere tópicos e ferramentas.
Pesquisa e cria um produto.
Aprende sobre tecnologia com os alunos.
Aprende sobre rigor e qualidade com o professor.
Avalia os resultados apresentados pelos alunos com base no rigor e qualidade; fornece contexto.
Refina e melhora o seu produto, acrescentando rigor, contexto e qualidade.
 
Tabela 1. Modelo de partnering  
     
        Neste contexto de aprendizagem, professor e alunos são “sócios e companheiros nesta empresa que é a busca e construção de conhecimento, com funções naturalmente distintas, mas cuja importância é irrefutável [...] importa que a aprendizagem realizada seja não só relevante, mas real; que não tenha sido feita ou imposta pelo professor, mas construída pelo aluno que assim melhor a reterá.” (Lima, 2010)
 
   

 
Referências:
Lima, L. (2010). VirtualAclass: um ambiente de aprendizagem virtual como complemento da aprendizagem presencial numa disciplina do Ensino Secundário. Dissertação de mestrado. Escola Superior de Educação. Bragança. Acedido em https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/4814/1/Trabalhof1_REVISTOfinal1.pdf 
Prensky, M. (2010).“Teaching Digital Natives: Partnering for real learning”.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Modelo de Inquirição

           O e-learning surgiu e desenvolveu-se com base nas potencialidades oferecidas pela Web e representa uma nova metodologia de ensino/aprendizagem, permitindo uma grande flexibilidade espácio-temporal. Os processos de e-learning são suportados, na sua maioria, por ferramentas informáticas designadas genericamente por Sistemas de Gestão de Aprendizagem (LMS – Learning Management Systems) ou plataformas de e-learning.
           No que respeita à construção de contextos de aprendizagem, poder-se-á dizer que este tipo de ambientes virtuais se aproximam das teorias sócio-construtivistas, que apresentam como ponto central a premissa de que a aprendizagem e o desenvolvimento são produtos da interação social.
         Segundo Lima (2010), um dos modelos que poderá ser aplicado na aprendizagem online, ainda que como complemento à componente presencial, é o modelo de inquirição de Garrison et al (2000).
          A figura 1 é adaptada do modelo de comunidade de inquirição de Garrison et al (2000) e representa graficamente a experiência educacional como sendo o resultado da interseção de três dimensões: a presença social, a docente e a cognitiva.

Figura 1. Modelo de comunidade de inquirição
 
       Este modelo centra a experiência educacional na correlação de três elementos:
  • a presença social – relacionada com o tipo de ambiente que se constrói e as relações que aí se estabelecem;
  • a presença cognitiva – relacionada com a construção de conhecimento e o desenvolvimento do pensamento crítico;
  • a presença docente – relacionada com a conceção e desenvolvimento dos recursos, conteúdos e atividades, dando aos alunos a possibilidade de trabalhar de forma autónoma e colaborativa.

Referências:
Lima, L. (2010). VirtualAclass: um ambiente de aprendizagem virtual como complemento da aprendizagem presencial numa disciplina do Ensino Secundário. Dissertação de mestrado. Escola Superior de Educação. Bragança. Acedido em https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/4814/1/Trabalhof1_REVISTOfinal1.pdf
Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W. (2000). Critical inquiry in a text-based environment: Computer conferencing in higher education. Internet and Higher Education.