Este blog é criado no âmbito da unidade curricular Tecnologias de Educação e Comunicação em Ambientes Educativos, do Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares. É um espaço onde se pode viajar entre palavras e ideias, novas e antigas, preservando e partilhando histórias enriquecedoras.


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Recursos Audiovisuais na Sala de Aula

         Para Moran (1995, p.30 apud FERREIRA, 2010, p.24-26), os recursos audiovisuais podem ser utilizados na sala de aula das seguintes formas:

1. Como motivação – um recurso audiovisual pode servir para introduzir um novo assunto, para despertar a curiosidade, a motivação para novos temas;
2. Como ilustração – a mostrar a temática abordada, a compor cenários desconhecidos dos alunos;
3. Como simulação – por exemplo, a simulação de experiências de química que seriam perigosas num laboratório de uma escola, ou que exigiria muito tempo e recursos;
4. Como contexto de ensino – o audiovisual pode mostrar determinado assunto, de forma direta ou indireta;
5. Como produção – como documentação, registo de eventos, de aulas, de estudos do meio, de experiências, de entrevistas, depoimentos;
6. Integrando o processo de avaliação – dos alunos, do professor, do processo;
7. Audiovisual “espelho” – vemo-nos no ecrã e isso possibilita compreender-nos.  

   
Grelha de Observação de Um Filme 

Antes do visionamento do filme
  Ficha técnica
  Título
 
Realizador
   
  Atores principais
Género
 
Ano
 
  País de origem
 
  Música
 
Informações prévias
 


 
   
  Durante o filme
Caraterização das personagens principais
 


 

Enredo da ação
Local da ação principal
 
  Época
 
Cenários
 
Guarda-Roupa
 
Factos
Acontecimentos
 

 

 
 
Desenlace


 
  Após o visionamento do filme
  Palavras-chave
   
Discussão do filme
Mensagem



 
 
Aspetos positivos
 
 
Aspetos negativos
 
 
 
O que mudariam


 
 
Referências:
Ferreira, E. (2010). O Uso dos Audiovisuais como Recurso Didáctico. Dissertação de mestrado. Faculdade de   letras da Universidade do Porto, Porto. Acedido em http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/55002/2/tesemesteuricoferreira000123322.pdf
Moran, J. M. (1995). O vídeo na sala de aula. Comunicacão e Educacão, São Paulo, (2): 27 a 35. Acedido em http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/comeduc/article/viewFile/3927/3685

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Picasso, Guernica

 
Só um sentido de invenção e uma necessidade intensa de criar levam o homem a revoltar-se, a descobrir e a descobrir-se com lucidez.
Pablo Picasso (1881-1973) 

Pablo Picasso, Guernica, 1937 
       
         A obra foi inspirada no violento bombardeamento que vitimou a cidade basca de Guernica, em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil de Espanha.
 
         Picasso deixou um cunho pessoal e modernista no modo como se desenvolveu e popularizou a arte até hoje, no modo como é vista e produzida, mas também que a arte pode ser utilizada como uma forma de expressão, de ideias e de intervenção promotora da consciência política, da identidade cultural de um povo, da cidadania e dos Direitos Humanos.

  
 

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Tratamento Informacional de Imagens Artístico-Pictóricas


O tratamento informacional de imagens presta-se, de modo peculiar, a “transformar” o mundo contemplativo do usuário num universo repleto de conhecimentos.
(Maimone & Tálamo, 2008)

           Para Maimone e Tálamo (2008), na representação de imagens temos as seguintes fases da análise documentária: a) observação do documento; b) determinação e análise do seu conteúdo (descrição, identificação e interpretação); c) seleção das fontes de informação; d) representação documentária (resumos documentários e seleção de descritores).
 
O quadro 1 apresentado por Lacruz (2006, p. 125 apud MAIMONE & TÁLAMO, 2008) representa os diferentes níveis de análise documentária de imagens.

Níveis de Análise
Tipo de Análise
Objeto de Análise
Operações Analítico-Sintéticas
Conhecimentos Requeridos
Primário
Pré-Iconográfico
Pessoas, animais, objetos, acontecimentos e suas propriedades e relações
Descrição
Experiência quotidiana e cultura geral
Secundário
Iconográfico
Temas e conceitos, histórias, alegorias, etc.
Identificação
Conhecimentos dos temas e formas artísticas
Terciário
Iconológico
Princípios socioculturais subjacentes
Interpretação
Conhecimento profundo da sociedade e da cultura e cosmovisão de cada época
    
Quadro 1 – Níveis de análise documentária de imagens
 
          O nível primário corresponde à análise pré-iconográfica, ou seja, a descrição objetiva do que está representado em cena, onde são apenas requeridos conhecimentos do senso comum. Ao nível secundário corresponde a análise iconográfica, representada pela ação de identificação do tema e dos motivos artísticos, requerendo já conhecimentos ao nível das artes. O último nível diz respeito à análise iconológica que exige ações de interpretação dos significados, sendo necessário para esta atividade um conhecimento mais profundo da sociedade e da cultura de cada época.

Referências:
Maimone, G.; Tálamo, M. F. (2008). Tratamento informacional de imagens artístico-pictóricas no contexto da Ciência da Informação. DataGramaZero, Revista de Ciência da Informação, v.9, n.2, art.02, abril. Acedido em http://www.dgz.org.br/abr08/Art_02.htm#R1
Lacruz, M. del C. Análisis documental de contenido del retrato pictórico: propuesta epistemológica y metodológica aplicada a la obra de Francisco de Goya. Cartagena: 3000 Informática, 2006. 271 p.(Tendencias, 3).

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Metodologias de Observação de Documentos Iconográficos

          Por documento iconográfico entende-se toda a imagem pintada, desenhada ou esculpida que nos transmite informação sobre a História e, através da qual, se pode conhecer melhor uma realidade específica.
          Argan, G. & Fagiolo, M. (1994), apresentam os seguintes métodos de observação de documentos iconográficos:

         Iconológico – Iconologia – Sufixo “logia” deriva de “logos”, que quer dizer “pensamento”, “razão” – denota algo interpretativo.
        A Iconologia é um método interpretativo que advém da síntese mais do que da análise. Este método parte da atividade artística e dos seus significados.
 
Leonardo da Vinci, Madonna Litta, 1490-1491
 
        Estruturalista – Este método foi posto em movimento a partir do estruturalismo linguístico que se caracteriza pela relação de equivalência entre um significante e um significado. Procura instituir uma ciência absoluta, substituindo as diversas interpretações que cada imagem pode ter, por uma definição mais rigorosa através da decifração por parte do historiador das mensagens por sinais.

 
Kandinsky, Unbroken Line, 1923
 
        Formalista – O método formalista pretende fazer a leitura da obra na sua dimensão material e formal: o significado do significante. Este desvaloriza o sentimento ou emoções do recetor e apela ao que o recetor vê a partir da observação, principalmente os esquemas formais. As formas possuem um conteúdo significativo próprio e a representação é individualizada. A representação do tema não é meramente descritiva ou ilustrativa, mas universalizada ou idealizada onde impera a perceção objetiva.
 
Salvador Dali, The Persistence of Memory, 1931
 
        Sociológico – A obra de arte é determinada por interesses que a circundam, porque é influenciada e criada no interior de uma sociedade específica. Tem em consideração a relação existente entre a sociedade vigente e a experiência artística. É sempre questionada, promovida, avaliada, utilizada e usufruída por um conjunto social. Influencia e é influenciada pela sociedade.
 
Tarsila do Amaral, Operários, 1933 
 
Referências:
Argan, G. C.; Fagiolo, M., (1994). Guia de História da arte, Editorial Estampa, 2ª Edição, 35-40.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Recursos Visuais na Sala de Aula: A Imagem


É preciso aprender a «ver» como se aprende a ler, escrever ou falar
(Lencastre & Chaves, 2003)

          A imagem é uma forma de expressão e comunicação que faz parte de todas as épocas.
         Através duma análise da imagem, podemos contribuir para um hábito de leitura visual que facilitará a compreensão do universo social em que vivemos.
         A Escola é um ambiente propício para criar o hábito de leitura da imagem. Não só para aprender a ler imagens, mas também para aprender a ler o mundo através das imagens.
        Pelas suas qualidades, a imagem tem um impacto imediato junto dos alunos, tendo estes mais facilidade em se lembrarem da informação recebida quando está associada a imagens.
        Para Lencastre & Chaves (2003), a imagem permite a abordagem de conteúdos de forma apelativa, estimulando a cooperação, possibilitando assim uma melhor compreensão e facilitando a aquisição de conhecimentos. Contudo, segundo Moderno (1992, citado por LENCASTRE, 2003), o uso das imagens unicamente como motivadoras ou ilustrativas é um uso redutor no processo de ensino/aprendizagem.
        Para Duborgel (1992, citado por LENCASTRE, 2003), no ensino pela imagem, esta deve ser instrumento de comunicação, de informação, de conhecimento, fator de motivação, de discurso, de ensinamento, meio de ilustração da aula, utensílio de memorização e de observação do real. 

Duas possíveis imagens  a analisar com os alunos ligadas à temática ambiental: 

Anúncio “Before it’s too late” - ONG WWF
  
Anúncio “Oil” Giovanni FCB - Greenpeace


Grelha de Observação de Imagens (Fixas)
  
Mensagem Linguística
Mensagem Visual
 
Perceção
Interpretação
Significante
(os objetos reais representados nas imagens)
Significado Denotativo
(leitura objetiva: o que me parece que representam os significantes)
Significado Conotativo
(leitura subjetiva: o que me parece que querem dizer os significados)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Referências:
Duborgel, B. (1992). Imaginário e Pedagogia. Lisboa: Instituto Piaget.   Coleção Horizontes Pedagógicos.
Lencastre, J. A. & Chaves, J. H. (2003). Ensinar pela imagem. Revista Galego-Portuguesa de Psicopedagoxía e Educación, n.8, a no 7. 2100-2105. Acedido em http://investigacao.ipiaget.org/edutec/ficheiros/3_ENSINAR_PELA_IMAGEM_viicongresopsicopedagoxia2003.pdf
Moderno, A. (1992). A Comunicação Audiovisual no Processo Didáctico. Aveiro: Universidade de Aveiro.